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Os Mpungos são seres criados a partir de luz, sem livre arbítrio, criados para cumprir as ordens de Deus e adorá-Lo sem cessar.
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Os Mpungos têm o papel de transmitir as mensagens de Deus a humanidade, evidenciando a conexão direta entre o divino e a humanidade.
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Mpungos protegem os fiéis, guiando-os para o bem e afastando-os do mal, além de registrar suas ações boas e más.
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Eles distribuem as provisões e executam castigos, agindo como agentes da vontade de Deus e mantenedores da ordem cósmica.
No Palo Kimbiza, os Mpungo (em Zulu significa: Puro) são considerados seres espirituais criados por Deus a partir de luz, desempenhando diversos papéis dentro da cosmologia Kimbiza.
Eles são vistos como criaturas puras, sem livre arbítrio, criadas para adorar a Deus e cumprir Suas ordens no universo.
Diferentemente dos seres humanos, os Mpungos são incapazes de desobedecer à Deus e estão sempre em estado de obediência.
Eles executam uma variedade de funções, incluindo a revelação de mensagens divinas aos fiéis, a gravação das ações dos seres humanos, a glorificação de Deus, e a execução de tarefas específicas no mundo natural e no além.
Natureza e Criação dos Mpungos
No Palo Kimbiza, acredita-se que os Mpungos foram criados por Deus antes da criação dos seres humanos, a partir de luz (Pole).
Eles são seres imateriais, livres de necessidades físicas como fome, sede ou cansaço, e não possuem livre arbítrio no sentido humano.
Sua existência é dedicada exclusivamente ao serviço e à adoração de Deus, e eles executam as ordens divinas com perfeita obediência.
A capacidade dos Mpungos de permanecerem em constante adoração os diferencia dos humanos, que foram criados livres para escolher entre a obediência e a desobediência.
Funções dos Mpungos
Os Mpungos desempenham uma ampla gama de funções no Palo Kimbiza, algumas das quais incluem:
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Comunicação Divina: Lucero Mundo é o mais conhecido por este papel, agindo como o mensageiro entre Deus e os devotos, ele é o comunicador, o poliglota, o que detém a chave que abre todas as portas.
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Registro das Ações Humanas: alguns Mpungos são designados para cada pessoa para registrar suas boas e más ações.
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Proteção e Guarda: Alguns Mpungos protegem os indivíduos de perigos físicos e espirituais.
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Glorificação de Deus: Muitos Mpungos estão envolvidos na constante adoração e glorificação de Deus.
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Execução de Decretos Divinos: Mpungos como Centelha Ndoki, a Mpungo da Morte, têm funções específicas na ordem do universo, como a retirada das almas dos corpos no momento da morte.
Kimpugulu, O Santoral Congo
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Lucero Mundo, também conhecido como Papa Legba, Elegua, Eshu: Considerado o principal mensageiro de Deus, ele é o comunicador entre os humanos e os outros Mpungos, é ele que transmite toda mensagem, levando os pedidos e trazendo as respostas, ele é o que remove obstáculos e oferece oportunidade.
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Sarabanda, também conhecido como Ogum, Ogou: Encarregado de prover chuva e sustento, Sarabanda é frequentemente associado à misericórdia de Deus para com Suas criaturas, também encarregado de fornecer emprego, proteção, profecia, magia, cura de doenças sanguíneas.
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Siete Rayos, Também conhecido como Chango, Xamgô, Chángò, Nsasi: Conhecido como o guardião da Village ya Nzambe (Aldeia de Deus), Siete Rayos é responsável por cuidar das portas do Céu e receber as almas dos fiéis, assim como fornecer poder, derrotar inimigos, trazer vitória e sensualidade.
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Ma Kalunga, também conhecida como Yemanjá, Baluandé, Ma Kalunga, Madre de Água: Ma Kalunga é a Deusa da Criação e muitas vezes é representada como uma sereia. Ela está associada à lua, ao oceano e aos mistérios femininos. Como tal, ela governa o lar e assuntos relacionados às mulheres, incluindo parto, concepção, segurança infantil, amor e cura. Extremamente compassiva e misericordiosa, Ma Kalunga controla o tempo dos sonhos, supervisiona a Lua, segredos profundos, sabedoria antiga, água salgada, conchas do mar e o inconsciente coletivo.
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Mama Chola, também conhecida como Oshum, Chola Wengue, Chola Nwengue, Siete Ríos: Mama Chola é uma Mpungo (manifestação espiritual) do amor, intimidade, beleza, riqueza e diplomacia. Segundo os anciãos Paleros, Mama Chola é a "mãe invisível presente em toda reunião", porque Mama Chola é a compreensão iorubá das forças cosmológicas da água, umidade e atração. Portanto, ela é onipresente e onipotente. Seu poder é representado em um texto iorubá que nos lembra que "ninguém é inimigo da água" e, portanto, todos precisam e devem honrar, respeitar e reverenciar Mama Chola.
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Centelha Ndoki, também conhecida como Oyá, Kariempembe, Mariwanga, Centella: A guardiã do Inferno. Ele supervisiona os Mpungos que punem as almas dos condenados, Centelha Ndoki é a mãe das disfarces e usa muitas máscaras. Ela é revolucionária, eficiente, determinada e indispensável em situações de emergência. Centelha Ndoki é a Mpungo da transformação. Ela está associada ao búfalo e é conhecida por usar feitiços e magia como uma das "Grandes Anciãs da Noite (Bruxas)".
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Tiembla-Tierra, Também conhecido como Obatalá, Mama Kengue: Tiembla-Tierra é o Deus criador, símbolo de paz e pureza, Pai da humanidade e mensageiro de Olofi, o governante do Mundo. Sua cor é branca, contendo todas as cores do arco-íris. Ele rege a mente e o intelecto, o equilíbrio cósmico, o masculino e o feminino. Tiembla-Tierra é comparado à padroeira Nossa Senhora da Misericórdia.
Perspectivas Teológicas e Espirituais
Os Mpungos, em sua pura obediência e adoração contínua a Deus, refletem a grandeza e a unicidade de Deus (Bomoko ya Nzambe).
Eles servem como constantes lembretes da ordem e harmonia que Deus estabeleceu no universo.
Ao cumprir suas tarefas sem desvio ou falha, os Mpungos exemplificam a perfeição da criação divina, contrastando com o livre arbítrio dos seres humanos e ancestrais, que são capazes de desobediência e pecado.
Os Mpungos funcionam como pontes entre Deus e a humanidade, comunicando a vontade divina, guiando e protegendo as pessoas, e implementando as leis cósmicas de Deus.
Esta função intermediária destaca a misericórdia de Deus pela criação, facilitando uma conexão espiritual mais profunda entre os Paleros e o divino.
Ao reconhecer a presença e ação dos Mpungos, os Paleros são constantemente lembrados da proximidade e do cuidado de Deus.
Os Loas são exemplos supremos de Losambo (adoração) e Kosalela Nzambe (servidão a Deus).
Eles adoram Deus incessantemente e executam suas tarefas com total submissão.
Esta adoração contínua serve como um modelo ideal para os Paleros, encorajando-os a integrar a lembrança de Deus (Kokanisa Nzambe) e a obediência em suas próprias vidas.
A existência dos Mpungos reforça a ideia de que toda a criação, de uma forma ou de outra, participa na glorificação de Deus.
O conhecimento sobre os Mpungos ajuda a cultivar a humildade e a consciência espiritual nos corações dos devotos.
Ao perceber a vastidão da criação de Deus e o papel especial que os Mpungos desempenham nela, os Paleros são lembrados de sua própria pequenez e da necessidade de dependência de Deus.
Além disso, a crença nos Mpungos ajuda a reforçar a consciência de que cada ação é observada e registrada, incentivando os fiéis a viverem vidas retas e virtuosas.
A crença nos Mpungos é parte da crença no envizib (o Invisível), um dos pilares da crença Palera.
Aceitar a existência dos Mpungos requer fé na sabedoria e no conhecimento de Deus, além do que é imediatamente perceptível aos sentidos humanos.
Isso fortalece a fé dos Paleros no sobrenatural e no poder divino, ampliando sua compreensão do mundo além do material e tangível.
Importante destacar que, mesmo com essa crença, os Paleros não idolatram os Mpungos, pois toda adoração deve ser direcionada somente a Deus, entendemos que os Mpungos são canais de comunicação, pois nosso corpo limitado nos impede de nos conectar diretamente com a essência pura de Deus.